A Natureza como modelo na construção de Casas Ecológicas, Habitats Sustentáveis, Tecnologias Vivas e Comunidades Sustentáveis.

Nature as the model for the construction of Ecological Houses, Sustainable Habitats, Living Technologys and Sustainable Communities.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

080130 - nascimento de nuvens

Hoje protocolamos o Plano de Negócios de Gaia Terranova no Centro Gerador de Empresas de Itajubá - CEGEIT.
Hoje, fim de tarde, choveu nas montanhas ao norte, enquanto o céu permanecia limpo a oeste, duplo arco-íris a leste.
Olhando as montanhas vi nuvens se formando.
Ar carregado de umidade entrou em um pequeno vale. O obstáculo o fez subir. Ao subir foi-se condensando, virando nuvem.
Presenciei o nascimento de nuvens.
Subindo mais se dissiparam. Viraram ar. Metamorfose pura. Umidade/vento-nuvem-umidade/ar. Evolução.
Hoje aprendi muito. Hoje vi Deus se manifestando na Vida. Hoje vi Deus por meus olhos. Hoje fui Deus vendo a criação. Hoje fui nuvem nascendo. Hoje fui nuvem morrendo. Hoje fui evolução, tudo em um só corpo. Hoje meus olhos presenciaram a multiplicidade. Hoje foi muitos e muitos hojes num só.

080130 – Birth of clouds
Today we have officially applied for a vacancy with the CEGEIT – a center for the development of businesses in Itajubá.
Late afternoon the rain fell heavily on the mountains in the north, while the sky was crystal clear in the west, and a double rainbow lit the sky in the east.
Observing the mountains I saw clouds taking shape. The air, heavy with humidity, was conducted to a small valley. The obstacle forced it up. Going up it started condensing, turning into clouds. I witnessed the birth of clouds. Going further up, the clouds vanished, turning back into air. Pure metamorphoses. Humidity/wind-cloud-humidity/air. Evolution.
Today I gained unforgettable learning. Today I saw God manifesting into Life. Today I saw God through my eyes. Today I was God watching the creation. Today I was cloud being born. Today I was cloud dying. Today I was evolution, all in just one body. Today my eyes witnessed multiplicity. Today I was many and many todays in one.

080130 - wetland funcionando 4 - chuvas


Ao fazer as mudanças do dia 20/01, notamos que o odor desapareceu. Bastou colocar um pouco mais de terra no lugar da surgência e pronto.
Já no começo da noite do dia 21/01, aqui na região de Itajubá, em apenas 3 horas choveu perto de 35mm, equivalente a 35 litros de água por metro quadrado. Com pouco mais de 6m2, o sistema recebeu em poucas horas perto de 210 litros de água de chuva, "afogando" todo sistema e superando em 36% sua capacidade diária.
No dia 25/01, novo pico de chuva no começo da noite despejou outros 25mm de água no sistema, equivalente a 150 litros.
Da manhã do dia 28/01 a manhã de 30/01 (48 horas), mais 85mm de chuva precipitaram na região (vejam a Plataforma de Coleta de Dados instalada no Campus da Unifei em http://satelite.cptec.inpe.br/PCD/metadados.jsp?uf=12&id=32512&tipo=MET&idVariavel=5&ano=2008&mes=01&dia=29&dir=on), equivalendo a mais 510 litros no sistema da wetland.
Lembramos que na casa o uso continua normal, então esses valores são de chegada excedente ao sistema.
Como resultado desse encharcamento excessivo, o sistema tem apresentado odor desagradável, uma vez que não consegue dar conta da demanda projetada, apresentando condições anaeróbias por um tempo muito elevado (as chuvas não param a dias, diminuindo a evapotranspiração e mantendo todo sistema sob lâmina dágua, provocando condições anaeróbias).
Bem.... rsrsrs
Essas são informações inferidas a partir das observações que tenho feito. Como as águas não estão ainda sendo analisadas (esse e outros sistemas serão analisados durante o mestrado que inicia agora em março), não temos como garantir que é esse o processo gerador do odor desagradável (percebido no entanto apenas a menos de 3 a 4 metros).

080130 - wetland working 4 - rain
After the intervention on 20/01, the odor seemed to have disappeared. All that was done was to cover the puddles with sieved soil. Next day, late in the afternoon, the rain was torrential. Something around 35 mm of rain fell in only 3 hours, that is, 35 liters per square meter. Being 6m2 wide, the wetland received around 210 liters of rain, “flooding” the whole system and exceeding its daily capacity by 36%. On 25/01, a new peak of rain after sunset, more 25mm fell on the system, that is 150 liters. From 28 to 30/01, around 85mm of rain poured down in the area – more 510 liters. (see data collection carried out by Unifei in http://satelite.cptec.inpe.br/PCD/metadados.jsp?uf=12&id=32512&tipo=MET&idVariavel=5&ano=2008&mes=01&dia=29&dir=on
Considering that the regular use in the house is maintained, the values above are regarded as excess to the system. As a result, an unpleasant odor emanates once again as the system cannot cope with the extra amount of water received day after day in the form of rain. The intermittent steady rain does not enable the natural evapotranspiration, and, at the same time, favors an anaerobic condition.
Well, this is what I personally believe, through my own observation. As water analyses will only be carried out during my master course, beginning next month, we cannot assure this excess of water is responsible for the bad smell, which can be noticed only 3 to 4 meters away, by the way.

080124 - visita Ananda e Guilherme (clique para ver as imagens)


Hoje Ananda e Guilherme vieram de visita e trabalho. Ananda é Engenheira Agrônoma e está estudando o "paisagismo comestível" ou "jardim sensorial" que pretendemos implantar em Gaia Terranova, tudo em sintonia com horta orgânica e SAF. Na verdade buscamos é tudo junto ao mesmo tempo mesmo, embora formando "ecossistemas" diversos. Então, no terreno em frente a casa maior vai uma pequena wetland e jardins com flores entre as frutíferas. Ao lado da casa outra wetland e sistema de biotratamento de águas negras e jardim de ervas, talvez integrados.
Ananda conheci a pouco tempo, durante a semana de ecologia em Pedralva. Guilherme apresentou. Esposa dele. Juntos tem o filhinho Ravi. Guilherme conheço a anos, desde os encontros na Palas Athena, nos cursos, no Espaço Jacutinga (Calendário da Paz). Guilherme é permacultor, bioconstrutor, comunicólogo acho, envolvido com a Gaia Education, Ecovilas e Educação Ambiental.
As imagens dessa pasta foram todas tiradas por Ananda e é interessante observar diferenças de olhares, ângulos, escalas, rs.

080124 – Ananda and Guilherme come to visit Gaia (click to see more images)
Today, Ananda and Guilherme came to visit us and exchange ideas about landscape gardening. Ananda is an Agronomist Engineer and is planning to implement an “edible" or "sensorial garden" in Gaia Terranova, taking into consideration the organic kitchen garden and the AFS already implemented. Actually, the aim is to have different sorts of gardens all together enabling the development of diverse "ecosystems". This way, in the area in front of the big house, we plan a small wetland and flower gardens among the fruit trees. Besides the house, another wetland and the biotreatment system for the black waters, possibly all integrated with an herbal garden.
I met Ananda, Guilherme’s wife, a few weeks ago at a conference on Ecology in Pedralva. Guilherme, I’ve known for many years, when we used to go to Pallas Athenas, attended courses together and studied the Peace Calendar. Guilherme is a permaculturist, bio-constructor involved with the Gaia Education Institute, Ecovillages and Environmental Education.
The photos here were all taken by Ananda, and it is interesting to observe the different perspectives, points of view, angles.

domingo, 20 de janeiro de 2008

080120 - wetland funcionando 3 (clique para ver as imagens)


O "lago" que fiz não funcionou. Ao utilizar o chuveiro, grande quantidade de água chegou ao sistema e no local do lago a altura de substrato ficou pequena. Formaram-se "surgências", como olhos d'água no fundo. Com pouco solo para filtragem houve algum odor. Por isso mudei o "lago", fechando a surgência. Apenas brincadeiras pra ir sintonizando e aprendendo com as respostas dadas pelo sistema.
Fim de tarde Paulo e família (Itajubá) visitaram o terreno e a casa. Bem-vindos todos que chegarem.

080118 - horta, soja, azuki (clique para ver as imagens)


Em meio ao "mato" de nosso pequeno SAF, cresce soja junto com mandioca, feijão, milho e já colhemos azuki. A soja gostou bastante da horta e, embora os pés estejam pequenos, estão bem carregados.
O feijão de corda que cresceu bastante já começa a liberar as folhas que foram ficando mais dentro do sistema, uma vez que tomaram conta dos suportes de bambu que colocamos para sustentar seu crescimento. Como resultado, o solo vai ficando mais e mais enriquecido e vai-se abrindo espaço sombreado por dentro da estrutura que formou sobre os bambus. Formigas pretas protegem as vagens que começam a surgir, evitando que lagartas e outros insetos ataquem. Em um sistema cooperativo, o feijoeiro parece liberar nutrientes para as formigas, que tendem a se concentrar próximo as vagens.

080118 - wetland funcionando 2


Estamos fazendo alguns experimentos. Por exemplo: a água acumula em um dos lados da wetland, deixado com menos solo e portanto num nível mais baixo - era pra acumular mesmo. Não dá cheiro.
Podendo movimentar o solo, fiz um "lago" no lado oposto e logo a água percolou e encheu o "lago", o que nos dá possibilidades de brincar com o sistema, modificando sua aparência.
O pessoal da obra, hospedado na Unidade Piloto diz que tudo funciona bem. Inclusive com visita de pássaros para ciscar restos de alimentos que descem pela tubulação e ficam "armazenados" nas corredeiras e filtro. Alguns chegam mesmo a banhar-se nas pequenas poças que se formam quando o uso de água na casa é mais intenso.
Excelente notícia, pois a vinda de pássaros traz muitos benefícios para o conjunto: beleza, música, harmonia e sementes de outros lugares.

080118 - caixa dágua 3


Por esses dias recebemos a visita de um tio muito querido, Aparecido, hoje morando em Floripa.
Durante sua estadia a parte da alvenaria terminou. O que tinha de tijolo para ser assentado foi feito. E como o pé direito na sala ficará bem alto, estamos pensando em otimizar o projeto adicionando um mezzanino, com possibilidade de futura ligação com segundo andar de quartos e terraço sobre o escritório. A parte da laje pode abrigar com folga outros três quartos, suíte e banheiro, cuja ligação seria pelo mezzanino ou ainda por uma escada por fora. Possibilidades "ocultas" que a planta bidimensional escondia e que a estrutura tridimensional mostra. Visões de mundo que se ampliam com a manifestação da teoria prática. Outro grande aprendizado. A realidade é múltipla e o que percebemos em uma dimensão pode ser muito diferente em outra. Ou a ampliação da percepção, por adentrarmos em dimensões diferentes, pode-se multiplipar exponencialmente.
Estou terminando de ler A Dança da Terra, de Elisabet Sahtouris. Segue na mesma linha de Microcosmos de Lynn Margulis e Dorion Sagan e ainda A Árvore do Conhecimento de Maturana e Varella, livros simplesmente indispensáveis, assim como Capitalismo Natural de Hawken e Lovins e Biomimética de Janine Benyus.
Em comum mostram uma nova visão de vida, evolução e produção de riquezas. Resumindo: cooperação, ciclagem, diversidade, coevolução, sinergia, mudanças de paradigmas, aprendizado com a natureza, respeito, ética.
É tudo que estamos realizando em Gaia Terranova.

080117 - caixa dágua 2 (clique para ver as imagens)


Enquanto as paredes de telhado e caixa d'água vão sendo levantadas, o sistema de esgotamento sanitário é preparado. Também nessa casa separamos águas cinzas e negras, que serão tratadas e destinadas de maneiras diferentes.
Já não existem justificativas para deixarmos de utilizar a inteligência e o bom senso para otimizarmos a utilização do recurso água. As cinzas, após filtragem será bombeada para caixa separada que abastecerá os vasos sanitários. Outra caixa coletará águas de chuva que podem ser usadas nos vasos e o excesso descer para cisterna, também prevista no projeto.

080115 - caixa dágua


O trabalho com os tijolos continua, levantando as paredes onde ficará a caixa d'água e o telhado. A laje está reforçada e poderia suportar mais um andar. Então já visualizamos ampliações futuras.

080111 - wetland funcionando 1 (clique para ver as imagens)


O sistema vem funcionando desde o retorno do pessoal em 06 de janeiro. São em média 5 pessoas ocupando a casa menor, chamada Unidade Piloto, que tem servido de base para a construção maior. Na Unidade Piloto é que foi construído o sistema de tratamento, dimensionado para 6 pessoas, fazendo parte de estudo acadêmico de especialização e mestrado.
Até o momento, todo sistema vem funcionando perfeitamente, sem excedentes de águas, sem cheiro ruim, sem definhamento de plantas.

080111 - início da laje 2 (clique para ver as imagens)


Vento forte dias atrás derrubou árvore na divisa com o terreno ao sul. Subindo em seus galhos pude fazer essas imagens da concretagem da laje com a casinha ao fundo. Se você acompanhou a construção, sabe que chegamos a esse ponto em pouco mais de um mês. Muito rápido todo esse processo. Equipe competente, gente boa, coração bom.
E adivinha a palavra-chave: COOPERAÇÃO. Deixamos de longe a competição e evoluimos para a cooperação. O trabalho todo é calmo, tranquilo, sem agitação, sem cobrança de chefe. Cada um sabe direitinho de suas responsabilidades e faz sua parte. O ambiente é harmônico, alegre, risonho, sem maledicencias, falatórios, fofocas.
Estamos construindo o futuro.

080110 - início da laje


A estrutura da laje colocada, agora chega a hora de distribuir tubulações para fiação, deixar os locais de passagem de água e, em nosso caso, alguns espaços para trabalharmos a circulação interna de ar aproveitando os vazios dos tijolos, usando esses espaços como exaustores no verão, permitindo a entrada de ar renovado nos ambientes.

080115 - Eduardo Coutinho da Catalisa na CBN (clique para ouvir a entrevista)


Edu Coutinho da Catalisa - Rede de Cooperação para a Sustentabilidade, fala ao vivo para a CBN em entrevista com Heródoto Barbeiro.
Abordando temas atuais, como geração de lixo, consumo consciente, redução de consumo de energia e mudanças climáticas, Edu dá algumas dicas práticas para o nosso dia-a-dia. Ouça a entrevista completa em http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/wma/wma_e.asp?audio=2008%2Fnoticias%2Fcoutinho%5F080115%2Ewma&OAS%5Fsitepage=sgr%2Fsgr%2Fradioclick%2Fradiosam%2Fcbn%2Fjornaldacbn1

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

080109 - plantio de bananeiras (clique para ver as imagens)


Com mudas ganhas de Helena, nossa vizinha em Itajubá, que por sua vez as trouxe do sítio do irmão, plantamos banana prata. 13 plantas seguindo curvas de nível a noroeste da Casa 1, local onde será construído o sistema de tratamento de águas negras. As bananeiras servirão como "escudo" protetor para eventuais vazamentos, ao mesmo tempo que receberão parte dos nutrientes disponibilizados pelo tratamento.

080109 - colocação de laje


Colocar laje significa também colocar a ferragem, pontos de luz, distribuição das caixas de luz, tubulações elétrica e hidráulica. A parte de quartos e banheiros logo estará pronta. Aguardamos agora resposta do telhado com telhas ecológicas e orçamento de hidráulica.

080106 - wetland funcionando (clique para ver as imagens)


Várias espécies tem sido trazidas para o sistema. Visitando a casa de um amigo, peguei mudas de papirus. Em casa de outro, unha-de-gato (para povoar as pedras) e uma rasteira cujo nome não sabemos. No IRN-UNIFEI consegui mudas de biri vermelho e de outra cor, além de outra cujo nome não sei. Francisco, o pedreiro que trabalha na casa em frente, trouxe taioba, espinafre e um ramo avermelhado. Em um charco na cidade peguei chapéu-de-couro (medicinal), aguapé e uma gramínea cujo nome não sei.
Em outra postagem, um capim descobri tratar-se de junco.
O sistema tem-se comportado dentro do esperado: não apresenta cheiro, a água percorre os sedimentos de baixo para cima e chega a acumular-se em alguns pontos, as plantas estão indo bem. No mestrado haverá possibilidade de um estudo mais aprofundado.
Os meninos da Autosys farão a instalação elétrica da residência.

080106 - reaproveitando materiais no pomar e horta (clique para ver as imagens)


Aqui e ali pontilham frutos: laranjas, feijões, morangas e... melancias. A horta vai ganhando cor com flores, dálias, margaridas, manjericão, feijões. Aproveitamos sacos de cimento para colocar coroando as árvores. Com o tempo sua celulose alimentará organismos diversos liberando nutrientes.
O cimento é produzido a partir de rochas calcárias (formadas por reações nas águas oceânicas entre o cálcio e gás carbônico e/ou por organismos diversos que o utilizam na formação de conchas, ossos, dentes, etc, podendo ainda conter magnésio), argila (silicatos complexos contendo alumínio e ferro como cátions principais e potássio, magnésio, sódio, cálcio, titânio e outros) e gesso (sulfato de cálcio, contendo, portanto, enxofre). Com essa composição, o cimento pode liberar com o tempo nutrientes importantes para as plantas e por isso resolvemos utilizar os sacos vazios, sempre com restos de cimento, para o coroamento das frutíferas.
Utilizamos ainda restos de madeira de compensado para o coroamento, sabendo que criarão microclimas favoráveis a organismos diversos, retendo água e, com o tempo apodrecendo e liberando nutrientes.

080104 - recuperação de peças (clique para ver as imagens)


Vitor vem trabalhando conosco há um bom tempo. As peças que necessitamos recuperar é ele quem faz o serviço. Na imagem uma janela recuperada. Veja as imagens de como chegaram as janelas e como vão-se transformando nas mãos do artista.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

080103 - filtro águas cinzas 8 (clique para ver as imagens)


Hoje terminei o filtro. Faltava um pedacinho de ligação do cano e assentar uma pedra, encobrindo-o em parte. Faltava mais algumas mudas também. Temos por lá: taboa, lírio-do-brejo, maria-sem-vergonha, samambaia, uma palmácea, copo-de-leite, taboa, um capim alto, uma rasteira com flor amarela bem bonita e caruru.
Hoje os meninos, que estavam de folga para as festas, retornaram. Com eles o sistema será testado, pois essa semana serão quatro pessoas tomando banho, cozinhando, lavando. Acompanho o desempenho do sistema e a evolução das plantas.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

080101 - filtro águas cinzas 7


São inúmeras as formas de fazermos a wetland. Então resolvi aproveitar o entulho da Casa 1. Peneirando e separando material mais grosseiro, o que ficou foi uma mistura de terra, areia, cal, cimento, fruto do desperdício de massa, tijolo, poeiras diversas.
Foram 11 carrinhos, equivalente a 33 latas de 18 litros, cobrindo boa parte do alagado e chegando a uns 20cm de altura.
Aproveitei a tarde para assentar mais algumas pedras, ampliando as possibilidades do alagadiço.
Final de tarde, recebemos a visita de Regina e família, vindos de Paraisópolis para conhecer o processo construtivo com tijolos ecológicos.

Comunidade no Orkut (clique para acessar)

Quer auxiliar na construção de uma rede de apoio, sustentação e evolução da Vida local e planetária?
Crie sua comunidade e/ou junte-se à nossa.
Aqui a idéia é que sejamos um ponto de convergência e expansão de trabalhos individuais e coletivos relacionados à Sustentabilidade~.
Juntos somos Um.
Juntos fazemos a diferença.
Juntos fortalecemos a diversidade.
Juntos expandimos as possibilidades.
Divulgue entre os amigos, expanda a rede, faça-a crescer.

O caminho do Sol, o caminho de Gaia Terranova

Em seu caminho aparente o Sol percorre o horizonte em um ângulo que ora se estreita, ora se expande. No primeiro temos o inverno, no segundo o verão. Isso porque a Terra tem seu eixo inclinado em relação ao plano da órbita. Essa inclinação é que define as linhas imaginárias dos Trópicos de Câncer (hemisfério norte) e Capricórnio (hemisfério sul).

Nesse caminho aparente que o Sol realiza no horizonte, ele conhece os extremos de nosso planeta. De outro ponto de vista, nosso planeta sente os extremos impostos pela incidência maior (solstício de verão) ou menor (solstício de inverno) dos raios solares sobre a superfície.

Os extremos são necessários e indicam a possibilidade do equilíbrio, o Caminho do Meio dos budistas. O meio do caminho é representado pelos equinócios da primavera e outono, época em que o sol atravessa o Equador, linha imaginária que determina o meio do caminho entre os extremos.

Em nós, dentro-fora, razão-emoção, matéria-espírito, ciência-religião, certo-errado marcam os extremos. O meio do caminho é o equilíbrio entre dois lados de uma mesma moeda, entre duas faces de uma mesma realidade.

Insistir em um ou outro extremo desequilibra o sistema, o organismo, a família, a pessoa, a vida.

O caminho da Ciência partiu do cosmos, com as observações e descobertas de Copérnico, Galileu, Newton, definindo o caminho da matéria para a compreensão de nós mesmos e do lugar que ocupamos no espaço-tempo. Todos olharam para o céu, para fora de si mesmos, para a Natureza, imaginando que tudo é resultado de interações mecânicas, fruto de leis definitivas, reproduzíveis, determinadas. A evolução dessa Ciência nos trouxe uma compreensão amplificada das partes em detrimento do todo. Na atualidade, a compreensão das partes tem-nos levado a compreender que fazemos parte de uma intrincada rede de relações que não pode ser explicada ou compreendida isoladamente, obrigando-nos a ampliar a visão que temos de nós mesmos, da natureza e o universo. No extremo, estamos aprendendo que a separação é ilusória. Que não estamos sozinhos ou desconectados da totalidade.

O caminho da Espiritualidade, da Tradição, da ancestralidade, muito mais antigo, com origens nos primórdios da humanidade, volta-se para dentro em busca de respostas. E nessa busca observa a si mesmo, sua natureza, e se percebe parte integrante, indissociada da totalidade. Vê-se composto de água, fogo, terra e ar e percebe os mesmos elementos representados em pássaros, riachos, pedras, terra, plantas. Reconhece sua profunda identidade com tudo que existe. Reconhece-se como fruto dessa intrincada rede de relações e, ao final, percebe-se unido com algo muito maior, a totalidade, o cosmos.

A Ciência parte do externo descrevendo um círculo de conhecimentos que nos leva à compreensão interna de nossa unidade com o Todo.
A Tradição parte do interno descrevendo um círculo de conhecimentos que nos leva à compreensão externa de nossa unidade com Todo.
No meio do caminho, o Caminho do Meio, nos mostrando a possibilidade de realizar em nós e em nossas produções o equilíbrio entre os extremos. Podendo optar entre inverno e verão, dois extremos, podemos também optar por primavera e outono, espaço-tempo onde os opostos se complementam, a vida explode em diversidade e todas as possibilidades estão latentes.

Em Gaia Terranova buscamos o Caminho do Meio, espaço-tempo onde Ciência e Espiritualidade, dentro e fora, razão e emoção, objetivo e subjetivo, reducionismo e holismo se encontram, dialogam e buscam a complementaridade. Surge daí a complexidade, que gera e é gerada pela diversidade, pela multiplicidade, criando ambientes favoráveis à Vida, obra máxima a que podemos nos dedicar.