A Natureza como modelo na construção de Casas Ecológicas, Habitats Sustentáveis, Tecnologias Vivas e Comunidades Sustentáveis.

Nature as the model for the construction of Ecological Houses, Sustainable Habitats, Living Technologys and Sustainable Communities.

quinta-feira, 26 de março de 2009

090326 - Já pensou morar em uma vila com casas desse tipo, uma ecovila?


(O Semeador de Van Gogh)

Recentemente fizemos uma enquete rápida com a seguinte pergunta: Já pensou morar em uma vila com casas desse tipo, uma ecovila?
Oito pessoas responderam, duas (25%) dizendo que era seu sonho; outras 6 pessoas (75%) responderam que teriam que mudar muita coisa em suas vidas; por fim, nenhuma resposta para "isso é utopia" ou "é muito trabalhoso".
Posso contar de nossa própria experiência, uma vez que fizemos o caminho inverso de nossos antepassados, que rumaram do interior para a cidade grande na década de 40 e 50 do século passado e hoje, na década 00 do novo século e milênio fazemos o caminho inverso, saindo da cidade grande para o interior. E fizemos isso buscando qualidade de vida, acreditando que não estamos condenados a uma vida de violência e isso não significa fuga, apenas o exercício de uma opção.
E é preciso dizer: é trabalhoso, dá medo, insegurança, momentos de sofrimento e angústia. Mas por outro lado, não fazer nada, permanecer na inércia, permanecer na cidade grande não nos levaria a um lugar melhor. Em 2001 fiz uma pesquisa e descobri que perto de 700 carros novos chegavam às ruas de São Paulo por dia. Hoje esse número é muito maior, com certeza, pois de lá pra cá triplicamos a produção de automóveis no pais. Relembrando as contas daquela época, 700 automóveis siginificariam uns 3,5 km de carros enfileirados chegando diariamente às ruas de Sampa. E, claro, não precisa ser gênio pra fazer um raciocínio rápido e entender que, em algum lugar de um futuro próximo a cidade vai parar, visto que chegam mais carros que ruas na megalópole. Em outras palavras, uma situação insustentável, pra usar a palavra desse início de século 21.
Vivi boa parte de minha vida, embora nascido no ABC paulista, em cidades pequenas. Mas a família não. E cresceram, como todo ser urbano de grande cidade, acreditando que só existe vida inteligente, cultura, educação, trabalho, renda e prosperidade nesses lugares. Fora de Sampa, Rio, Belo Horizonte, Curitiba, Ribeirão Preto, Campinas, etc, não existe vida inteligente. Acho que é parecido com a visão que alguns de paises ricos tem do Brasil. Acreditam que abrimos a janela e macacos pulam de galho em galho.
Aqui em casa precisou um revólver na cabeça por duas vezes para que a mãe e irmã se permitissem fazer a transição. Ainda bem que o fizeram de vida pra vida e não de vida pra morte, ou de vida pra cadeira de rodas, ou de vida para um vegetal na cama.
Mas não basta apenas mudar de cidade. O que se faz mais necessário é mudar de valores, conceitos, atitudes, pensamentos. Muito simples: fazer o que sempre fizemos e querer colher frutos diferentes é pura ilusão. Plante tomate e vai colher tomate. Plante feijão e vai colher feijão. Plante desarmonia, egocentrismo, violência (dita ou não dita), competição, fraude e vai colher... felicidade? vida tranquila? respeito? claro que não. Óbvio. Mas não enxergamos isso, não é? Trabalhamos cada vez mais para pagar contas cada vez mais impagáveis, feitas na tentativa de encher um buraco, um vazio interno que só faz crescer. O modelo está equivocado e é essa a mudança maior que temos a enfrentar. E mudar de cidade, de vida, de pensamento é só uma parte do processo.
E no final é tudo uma questão de escolha.
E as escolhas que fazemos são como sementes que plantamos. Ao escolher sair da cidade grande, decidimos plantar flores. E a lei nos ensina: vamos colher flores.

domingo, 8 de março de 2009

Da janela os horizontes (clique para ver as imagens)


Da janela da sala vejo as montanhas ao longe, Serra Branca. Mais perto um grande morro, quase só pasto ralo. De outro lado as montanhas de Maria da Fé.
Os extremos.
Os horizontes ficam nos extremos do olhar. Impossível alcançá-los caminhando. Para qualquer lado que se vá os horizontes insistem em se afastar do caminhante. Chegam perto quando estamos no fundo dos vales. Distanciam-se quilômetros do alto das montanhas.
Os limites.
Os extremos.
Os horizontes.
O caminho não tem fim quando caminhamos. Um passo a mais e novos horizontes se descortinam ante nossos olhos, ampliando os limites. E quando a terra vira mar, nossas deficiências afloram. O mar não limita o caminhante, apenas exige que se transforme em peixe ou gente do mar para continuar sua jornada. Se não pode ou não quer a transformação, afoga-se ou volta por onde veio. Encontra o limite de si mesmo e toma uma decisão.
E a decisão pode ser parar e transformar sua própria jornada. Experimentar outros limites.
Sabendo que o horizonte não pode ser atingido, sabendo que entre os extremos está o equilíbrio, pode achar a si mesmo em sua busca. O centro do mundo está no caminhante que para e se percebe entre os extremos, entre os horizontes.
- Foi para se achar que saiu, não foi? Para procurar o horizonte de si mesmo. E descobre que o encontra dentro e não fora.
- É.
E agora me transformo de passageiro em observador, que vê os que passam. Pararão? Ou seguirão sua jornada? Interromperão sua busca para encontrar outros limites? Ou continuarão a expandir os limites através dos horizontes de suas buscas?
Quando a gente caminha, outros são os observadores. Nós passamos. Chegamos e no nosso tempo nos vamos. Os demais ficam, permanecem. Não nos podem pedir para ficar. Podem apenas abrir as portas de suas casas para que entremos ou não. E quando nos tornamos observadores, a regra deve ser seguida, honrada. Não podemos pedir que fiquem. É preciso honrar a jornada do outro. Podemos apenas abrir as portas, indicar o caminho para um prato quente de comida, um banho refrescante, uma taça de vinho. E quem caminha define se entra, se vai, se permanece à porta. Porque esse é o seu momento, sua verdade, seu caminho.
Honrar as escolhas dos que caminham.
Existem leis não ditas nas estradas.
Nem todos entendem.
Nem todos as seguem.
É preciso caminhar atento para apreende-las. E uma vida é pouco para tudo que um caminho ensina. E um caminho ensina muito pouco se o que buscamos é chegar em algum lugar do horizonte. Porque o horizonte foge do caminhante. E se ri dele: kkkkkkkkkkkkkkkk ........
Quando no entanto, o caminhante faz do caminho sua meta, não importa onde a estrada vá. Nem importa caminhar. O caminhante aprendeu que o caminho se faz com seu próprio caminhar. E qualquer lugar é lugar, pois o centro está onde ele estiver.
O centro nunca é o outro. Não existe uma metade fora que nos complemente. A metade que falta está dentro. E quando o caminhante cessa sua jornada externa, encontra a metade que faltava. Dentro. Do lado de dentro de si mesmo.
E quando encontra isso, talvez o melhor que possa oferecer ao outro, o melhor de si mesmo, seja o Amor Incondicional, o amor e respeito ao caminhar do outro.
Meus caminhos são muitos, hoje que parei de caminhar. E descortino horizontes como nunca antes, agora que caminho sem sair do lugar. Os limites vão-se encontrando. As distancias vão-se encurtando. Os opostos vão-se encontrando. Vou-me integrando e entregando.
A jornada ganha novos contornos, sabores, tons, cores.
Observo os que chegam e me pergunto: estarão no tempo de parar? Encontraram seu caminhar?
As portas?
Deixo-as abertas...

090302 - Visita UNIFEI (clique par aver as imagens)



Com o início de nova turma no Mestrado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Unifei, fizemos apresentação de Gaia Terranova e em seguida viemos em comitiva conhecer de perto a Casa Ecológica e Habitat Sustentável com suas ecotecnologias. Um grande prazer receber a todos e confiando que talvez um ou outro se interesse em desenvolver alguma pesquisa por aqui.

090301 - Homenagem Câmara Municipal de Piranguinho (clique par aver as imagens)



Grata surpresa, dia desses o telefone toca e a vereadora Danila diz ter indicado meu nome para receber a cidadania piranguinhense e pergunta se aceito. Com prazer, no dia 01/03/09, um domingo quente de manhã, vamos à Camara Municipal participar do evento em que outros três homenageados recebem seus títulos de cidadãos honorários do município. De minha parte, a Câmara entendeu que a homenagem se dava por conta das Casas Ecológicas, que tem levado o nome do município a diversos lugares.
Nosso mais profundo agradecimento ao povo, ao executivo e ao legislativo de Piranguinho. E a você também Danila, pela lembrança e carinho da indicação.

090220 - Vista geral de Gaia Terranova (clique par aver as imagens)



Apenas um mês e meio separam as duas vistas gerais de Gaia Terranova. No entanto percebem-se grandes mudanças na vegetação. As chuvas aliado ao manejo adequado dos solos, acúmulo de matéria orgânica e crescente disponibilidade de nutrientes no sistema parece terem sido as bases para o grande salto.

090112 - Palestra de meio ambiente federal (clique par aver as imagens)



Convidado pela Catalisa para elaborar a apostila de Meio Ambiente da fase 2 do Projeto Superação Mucuri em Teófilo Otoni e região, no começo de janeiro participei do processo de formação de educadores, proferindo palestras e acompanhando de perto parte do trabalho que estão desenvolvendo. Hospedado pelo amigo Edu Coutinho, conheci o belo trabalho que coordena, a equipe e quase todas as cidades onde os cursos acontecem.
Estão por lá formando e capacitando 4 mil jovens, trabalho grande, envolvendo centenas de pessoas entre educadores, pessoal de apoio, parceiros, etc. O trabalho pode ser acompanhado pelo site http://www.csjmucuri.org.br/ que remete o visitante para a tv Catalisa, os projetos, o site, blog, etc. Encantem-se com a capacidade empreendedora de uma equipe motivada, competente e envolvida pelas questões socioambientais.

090107 - Vista geral de Gaia Terranova (clique par aver as imagens)



Poucos dias se passaram e percebi que faltavam ainda ângulos que pudessem dar uma visão mais adequada de Gaia. Esse é um complemento da anterior.

090107 – Compostagem (clique par aver as imagens)



Nada se perde. Nada precisa se perder. Colocar lixo no saco plástico para ser levado pelo caminhão para um aterro, lixão ou o ribeirão mais próximo, não é o máximo da inteligência que podemos alcançar. Algo mais simples pode ser feito para aproveitar nutrientes que se vão com o lixo. Juntar cascas, talos, bagaços, folhas em espaços reduzidos com umidade controlada, promove o crescimento de bactérias e fungos encarregados de degradar a matéria orgânica e liberar nutrientes. De maneira simplificada é essa a idéia do composto caseiro. Outra possibilidade é juntar a matéria orgânica excedente no sistema, polvilhá-la com esterco e deixar curtir. Em pouco tempo o composto estará pronto para ser espalhado ou acolher sementes diversas.

081230 - Vista geral de Gaia Terranova (clique par aver as imagens)



Uma visão geral de Gaia Terranova, apresentando os sistemas de biotratamento de águas negras e cinzas, alguns já tomados pela vegetação e difíceis de ver no terreno sem indicação. Como as chuvas já iniciaram e o trabalho do último ano preparando as condições adequadas para seu desenvolvimento, a vegetação cresce com vigor.

081230 – Minhocário (clique par aver as imagens)



Parceiras incansáveis, as minhocas são indicadoras de bons solos, ricos em matéria orgânica e nutrientes. Minhocas vermelhas californianas transformam esterco de gado em húmus, que segue para os canteiros e horta.

081221 - Visita Joi e Sylvia (clique par aver as imagens)



Primos e amigos visitam a nova casa.

081210 - Lagoa multifuncional 1 - versão 02 (clique par aver as imagens)



Uma vez que, o que chamamos lagoa multifuncional tem apresentado sucesso no tratamento terciário de águas negras, ou assim nos parece em função do desenvolvimento do ecossistema associado, resolvemos ampliar sua capacidade para acolher parte da água das chuvas que começam a chegar à região. Experimento recente com a inclusão de tilápias nas lagoas tem mostrado bom resultado no controle de larvas de insetos diversos, ainda não catalogadas. Aproveitando, ampliamos não só a lagoa como também o brejinho associado, instalando ainda uma terceira pré-lagoa para receber diretamente as águas cinzas antes de estas chegarem ao brejinho. A intenção aqui é acompanhar o desenvolvimento de macrófita (aguapé) recebendo diretamente o efluente, que passa por nova filtragem com britas antes do brejinho.

081127 - Eco Business Show 2008 (clique par aver as imagens)



Em novembro participamos do Ecobusiness Show, trabalho importantíssimo, o primeiro, tratando de questões de sustentabilidade com público variado, empresas, ONGs. A visão que as empresas e empresários tem de sustentabilidade é ainda bastante centrada na sustentabilidade econômica e não em uma visão de mundo sustentável, em que o econômico é parte e não finalidade. Mas estamos evoluindo, não é mesmo?
Abaixo alguns dos participantes e seus cases:

 Fundação Clinton – trouxe experiências mundiais em transporte por corredores de ônibus, muito mais eficientes e baratos que metrôs.
 Cenbio – Centro Nacional de Referência em Biomassa, com a experiência do desenvolvimento de transporte de massa (ônibus) utilizando biocombustíveis.
 Bike Socorro – iniciativa da Seguradora Porto Seguro adotando bicicletas para atendimento mecânico em regiões da capital paulista.
 Cidade de Campinas – apresentando o Plano Diretor do município.
 Wisewood – empresa dedicada a produção de madeira plástica para diversos usos.
 Nemus – gestão florestal com o plantio de milhares de hectares de eucalipto e teca em regiões do Mato Grosso.
 Subprefeitura de Perus – melhorias socioambientais na região financiadas por verbas oriundas da venda de créditos de carbono do Aterro Bandeirantes.
 Cogerar – energia elétrica a partir da queima de resíduos agrícolas, cama de aves e suínos, com projeto de usina geradora de 34,7 MW a partir de 2010.
 Vitalux – a empresa investe em outras empresas e órgãos governamentais modificando sistemas de energia elétrica e água visando a redução do consumo que, em alguns casos, chegou a 50%, sendo o pagamento pelos serviços feito sobre percentual da economia gerada. O mercado residencial (que não é foco da empresa) é tido como um grande mercado a ser explorado.
 Serasa – disponibiliza aos associados indicadores de sustentabilidade que permite às empresas avançar no setor.
 Secretaria do Verde e Meio Ambiente – elaborou leis e normas para utilização de agregados reciclados da construção civil; exigência de documento de origem florestal para móveis e madeiras adquiridas pelo poder público municipal; exigência de aquecedor solar em residências de alto padrão (objetivo de incentivar a produção em escala, barateando o custo ao longo do tempo).

081123 – Visita Giba e ONG Primatus (clique para ver as imagens)



Giba é um amigo que mora aqui perto. Tem idéias ótimas e uma delas tem sido a reunião e focalização de um grupo de voluntários da região para cuidar e tratar de animais de rua. O grupo reunido aqui em casa veio se juntar com a curiosidade do pessoal em relação à Casa Ecológica. Bem vindos tod@s!