quinta-feira, 14 de agosto de 2008
080729 – Revestimento biocomposto (clique para ver as imagens)
Um dos componentes de nosso trabalho é o resgate de tradições que estão se perdendo com o modo de vida urbano. Recuperação de madeiras, portas, janelas, ferragens e pessoas já abordamos diversas vezes no blog. Agora encontramos pessoas que se preocupam com a perda de processos, conhecimentos e técnicas que funcionaram muito bem durante dezenas, centenas de anos. Técnicas construtivas como o reboco utilizando esterco animal. Para não ferir os sentimentos urbanos mais puros, demos o nome de “revestimento biocomposto”, mais atualizado e menos ofensivo que falar “bosta de vaca”, kkkkkkkkkkk, que é algo que talvez não se compre. Já um processo artesanal de reboco de parede biológico, não agressor ao meio ambiente, ecologicamente correto, sem aditivos químicos, metais pesados ou contaminantes, enfim, um revestimento biocomposto, é muito mais “vendável” e sustentável.
As imagens mostram como os antigos faziam o revestimento de paredes e chão. Segundo contam, casas assim não tem baratas ou pulgas. Dizem que ambos não gostam do cheiro. Odor, aliás, só notamos no primeiro dia, pois logo se dissipa. A qualidade do revestimento é bastante boa: não trinca, não racha e não desgruda com facilidade. Logo após a segunda mão, já pintando com tabatinga branca e rosa, chuvas torrenciais caíram em nossa região. O reboco simplesmente desconsiderou isso e manteve-se firme na parede. Melhor que cimento que, com certeza teria se soltado com o chuvaréu que caiu.
Experimentamos assim diversas possibilidades de revestimento: uma camada, duas camadas, pintura com tabatinga branca, pintura com tabatinga rosa, sem pintura. Pra ver como é que fica. E acho fica bem de qualquer jeito. E ainda tem o acabamento do acabamento (pra variar, rsrs), pintando o rosa sobre o branco ao redor de janelas e vice-versa, e uma massa bem fina, um caldo do esterco, fechando eventuais fissuras e dando um toque mais fino ao revestimento. Visitamos, aliás, casa de Eva, senhora que aparece nas fotos fazendo a textura e vimos o chão de um quartinho de bambu: terra batida revestida com o composto há alguns anos. Durabilidade.
O segredo do revestimento reside apenas na composição, diluição e modo de aplicar. Faremos uma oficina teórico-prática dia desses, pra quem quiser conhecer e experienciar a técnica.
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