domingo, 22 de julho de 2007
070721 - parede pedra rosa terminada
070719 - parede pedra rosa
070713 - reaproveitando materiais
070713 - concretando baldrame
070711 - granito rosa
070705 - Fundações e Sapatas - estruturas e simbolismo
070704 - Breve florada de Ipês Amarelos
terça-feira, 3 de julho de 2007
Vitor marceneiro
- Sei que o preço que pediu pelas janelas é pouco, digo.
- O pessoal diz mesmo que foi pouco, mas dei o preço e é palavra de homem!
Sabemos disso, Vitor, sabemos. Mas também reconhecemos quando o serviço foi e está sendo muito além do que foi combinado. Sabemos o trabalho que está dando tirar anos e anos de tinta, camada sobre camada de tinta, recobrindo histórias e histórias. Fizemos isso com portas na casa em Santo André. Foram dias e dias retirando velhas tintas. Sabemos o quanto custou.
Mas queremos a madeira limpa do tempo. Queremos um recomeço daquilo que seria lixo em algum porão. Queremos resgatar uma história ainda mais antiga, aquela de um dia Árvore-abatida-pela-mão-do-homem, e que, antes de tombar, viu a sucessão dos dias, das noites, dos ventos, das chuvas, das secas, das serras, dos vales, dos bois, dos machados.Deixar nua essa história é uma outra história que merece ser contada. E as mãos de Vitor estão trazendo à tona décadas, quiçá séculos de história. E isso vale muito mais do que aquilo que pediu. Muito mais.
Com as janelas não resgatamos apenas madeira nobre, para um fim nobre. Resgatamos a nobreza do homem que empunha a lixa, que retira as tintas, que reconta a vida. Resgatamos valores humanos, esquecidos, perdidos, reencontrados.Não estamos construindo uma casa, estamos construindo histórias, recontando vidas, repovoando sonhos, fortalecendo experiências. Como as janelas, estamos abrindo novas possibilidades, retirando a tinta para deixar que se veja o cerne, o interior, a essência: das madeiras, das pessoas, de nós mesmos, de nossos colaboradores.