A Natureza como modelo na construção de Casas Ecológicas, Habitats Sustentáveis, Tecnologias Vivas e Comunidades Sustentáveis.

Nature as the model for the construction of Ecological Houses, Sustainable Habitats, Living Technologys and Sustainable Communities.

domingo, 22 de julho de 2007

070721 - parede pedra rosa terminada


Na sexta-feira, dia 20/07, terminei a parede. Sensação super boa, de trabalho realizado.

As mãos fortalecidas.

Fortalecida a capacidade de realização.

A estrutura está firme como rocha. Estrutura física, emocional, mental.

Muito trabalho interno aliado ao trabalho externo. Está tudo interligado. Construo a casa e contruo a mim mesmo. Esse é o sentido.

Mãe, irmã e Spyke visitam a obra.

070719 - parede pedra rosa


Resolvi levantar a parede que separa o nível sala-cozinha do quartos-banheiro com as pedras rosadas. Algumas são muito lindas.

Vou contar: trabalhar com pedra é serviço pesado, rs. Mas assumi comigo mesmo de levantar a parede e Antônio (pedreiro) iniciou ajudando: passa a linha pra não sair do prumo, transporta pedra, assenta pedra.

Logo ele já estava cuidando de outra coisa e eu assentando as pedras. Uma delícia. As mãos vão-se fortalecendo. As costas doem no primeiro dia e depois acostumam. A força vai chegando. Como o Daime. E a física auxilia: torção, alavanca, conhecimento para rolar, ajeitar, posicionar as pedras, uma a uma, seguindo a linha.

A base pronta e aterrada, parede sendo levantada. Por detrás aterro até a altura do nível de novo assentamento e concreto para garantir a firmeza da estrutura.

Penso que na época das águas pode acontecer de brotar umidade nas pedras. E quem sabe nasçam aí samambaias, avencas, beijinhos nos vãos das pedras? Um jardim dentro da sala-cozinha. Talvez faça mesmo um pequeno arranjo para um jardim interior. Vamos ver.

070713 - reaproveitando materiais

Nessa semana descobrimos uma casa sendo demolida aqui em Itajubá. Cidade crescendo, memória sendo transformada.

Nos escombros histórias, feridas, alegrias.

E madeiras, janelas, portas, vidraças, tijolos.

"Amanhã a máquina entra e leva tudo embora".

O leva tudo embora é pra algum lugar qualquer, algum aterro de várzea pra cidade crescer. É sobre a várzea que a cidade ainda cresce. E agora subindo os morros também. Mas morro não precisa de entulho.

O que deu pra aproveitar aproveitamos. Levamos conosco um pouco da história do lugar para construir outra história.

Esse blog conta uma história, mosaico de várias outras.

Aproveitando partes da casa demolida geramos renda para o dono da kombi que fez o transporte. E para Vitor, que levou algumas janelas de ferro e algumas portas pra restaurar. Vendendo vai ganhar uma grana que não estava contando.

Já Gaia Terranova ganhou uma janela de ferro, uma porta e várias madeiras antigas, um tanto carcomidas pelos cupins, mas de cerne bom e aproveitável. Será tudo muito útil na casa.

070713 - concretando baldrame


Iniciado o trabalho não dá pra parar. Então foi o dia inteiro fazendo massa de concreto, vertendo a massa nos moldes, vibrando-a para que se ajuste entre as ferragens. O resultado pode ser visto nas imagens (clique no título acima).

Dá um prazer de ver a casa se materializando, sendo construída. É bom.

070711 - granito rosa

Optamos por fazer as bases da casa com pedra e hoje chegou mais um carregamento, o terceiro e último para esse trabalho.

Visitei a pedreira por duas vezes e o trabalho é árduo. Pelo que me informei os donos estão seguindo toda legislação pertinente para extração mineral.

Uma grande empresa exportava as rochas para a Europa e agora já não está lavrando no local. Ficaram os antigos operários que tiram das pedras seu sustento. De maneira artesanal. Usam pequenos pontaletes de ferro, que eles mesmos fundem, chamados pixotes. Com eles fendem a rocha, abrindo pequenos buracos que são depois cunhados com pixotes sem ponta. Esses são então matelados até que a rocha se parte, seguindo linhas que a experiência mostra e que um leigo como eu não percebe.

Clicando no título acima pode-se ver as imagens da produção da estrutura metálica do baldrame e o descarregamento das pedras na obra.

070705 - Fundações e Sapatas - estruturas e simbolismo

As pessoas dizem que construir não é fácil, que se gasta mais do que o previsto, que acontecem imprevistos de todo tipo, que há mudanças de projetos à medida que se vai construindo.

Verdade...

A casa começa a conversar com a gente, a indicar melhores posições de aposentos, insolação, vista.

Mantemos um projeto básico que ainda não consegui copiar para mostrar aqui, sucessor dos projetos iniciais. Mas mudanças ocorreram já várias vezes, aprimorando o desenho inicial. Tudo acompanhado pelo engenheiro.

E mesmo assim dificuldades surgem.

A maior até o momento tem a ver com a comunicação: dificuldade de me fazer entender, cultura do pedreiro, acostumado a fazer casas de um certo jeito, engenheiro que não entendeu direito o que propunha e/ou não conseguiu se comunicar direito com pedreiro.

Como resultado, abriram-se valas para as fundações, preenchidas com as pedras rosas, sapatas e viga de concreto (formando o baldrame) de maneira superdimensionada.

Não precisava tudo isso. Gastamos recursos preciosos sem tanta necessidade.

Nada perdido, no entanto, já que estamos lidando com estruturas, pedras, concreto. Super oportuno para firmar, fixar as idéias e os sonhos aqui na terra. Aprendizado imenso que tem-me feito refletir muito nesses dias.

Simbolicamente é esse o aprendizado: construir sonhos com bases sólidas, de rocha, granito rosa. Manifestar, concretizar, tornar sólido, concreto uma idéia, um sonho, um ideal. Manifestar na matéria o que vai no mundo mental. E fazer isso pelo coração, pelo emocional. Integrar os corpos físico, emocional, mental. Equilibar os corpos densos, densificar. Transcender, espiritualizar, no caminho de volta. O ciclo céu-terra-céu.

Estou postando as imagens em álbum do Google. O link do título leva às imagens correspondentes. Basta clicar no título para ver as imagens.

070704 - Breve florada de Ipês Amarelos

Mudanças climáticas. Frio e calor. Seca.

Os ipês amarelos do terreno iniciaram sua florada fora de tempo, adiantaram. Durou pouco, no entanto, apenas alguns dias e abriram poucas flores.

Nessa mesma semana recebemos visita de Rafael e Maria, vindos de São Paulo e de passagem pelo Sul de Minas.

Grato pela visita, meus amigos!

Mas cometi uma falha: gostaria de ter registrado suas imagens e não o fiz. Se tiverem fotos do lugar, de vocês, mandem, sim?

Grande abraço.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Vitor marceneiro

Vitor é dessas pessoas de coração puro. Tenho tido muita luz em meus encontros e conhecimentos. Sou grato a isso! Pessoas boas, de bom coração, tem cruzado os caminhos de Gaia Terranova: Ademir (engenheiro), Levino (mestre da terra), Antônio (pedreiro), Carlos e o filho Zé Carlos (trabalhadores que com seu suor preparam o granito-rosa que estamos usando nas fundações).
E Vitor, o marceneiro que recupera as janelas compradas em demolição. Vitor não tira foto há anos. Ri feito criança quando pergunto se posso fotografá-lo em seu trabalho. Fica sem jeito e ri novamente, encabulado: "Todo sujo, rsrsrs", olhando para o chão e tentando arrumar a roupa, cabelo. Não precisa, Vitor, sua luz é maior que qualquer possível sujeira da roupa de um dia de trabalho.

- Sei que o preço que pediu pelas janelas é pouco, digo.

- O pessoal diz mesmo que foi pouco, mas dei o preço e é palavra de homem!

Sabemos disso, Vitor, sabemos. Mas também reconhecemos quando o serviço foi e está sendo muito além do que foi combinado. Sabemos o trabalho que está dando tirar anos e anos de tinta, camada sobre camada de tinta, recobrindo histórias e histórias. Fizemos isso com portas na casa em Santo André. Foram dias e dias retirando velhas tintas. Sabemos o quanto custou.

Mas queremos a madeira limpa do tempo. Queremos um recomeço daquilo que seria lixo em algum porão. Queremos resgatar uma história ainda mais antiga, aquela de um dia Árvore-abatida-pela-mão-do-homem, e que, antes de tombar, viu a sucessão dos dias, das noites, dos ventos, das chuvas, das secas, das serras, dos vales, dos bois, dos machados.Deixar nua essa história é uma outra história que merece ser contada. E as mãos de Vitor estão trazendo à tona décadas, quiçá séculos de história. E isso vale muito mais do que aquilo que pediu. Muito mais.

Com as janelas não resgatamos apenas madeira nobre, para um fim nobre. Resgatamos a nobreza do homem que empunha a lixa, que retira as tintas, que reconta a vida. Resgatamos valores humanos, esquecidos, perdidos, reencontrados.Não estamos construindo uma casa, estamos construindo histórias, recontando vidas, repovoando sonhos, fortalecendo experiências. Como as janelas, estamos abrindo novas possibilidades, retirando a tinta para deixar que se veja o cerne, o interior, a essência: das madeiras, das pessoas, de nós mesmos, de nossos colaboradores.

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Canteiro de obras e fundações em 23/06/07




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Camiinhos no solstício de inverno - 23/06/07




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